Naves espaciais, viagem no tempo, robôs… Apesar de parecer escapista ao explorar universos imaginários, existe um valor alto na ficção científica que você só percebe com uma leitura mais atenciosa. Ela fala sobre a condição humana.
Ao propor realidades paralelas ou visões do futuro, o gênero nos faz refletir sobre a humanidade em si. Quem somos? Para onde vamos? O quanto este momento no tempo importa para a história da civilização humana em si.
Apesar de contar espaçonaves e por vezes perseguições em planetas alienígenas, a ficção científica sempre flertou muito com a filosofia.
Autores como Arthur C. Clarke, Douglas Adams, William Gibson e Isaac Asimov sempre foram respeitados no meio acadêmico, recebendo diversos prêmios por suas realizações. Mesmo assim, muitos títulos que ficaram famosos no mundo, passaram – e ainda passam – despercebidos no Brasil.
Pensando nisso separei uma lista com 7 livros de ficção científica que todo homem deveria ler.
Se liga:
“1984”, de George Orwell
O que aconteceria se a humanidade perdesse o livro arbítrio e sua capacidade de pensar? Em uma sociedade completamente dominada pelo Estado, Winston começa a se rebelar ao ter pensamentos de sua própria autoria.
Porém, ele deve fugir da constante vigilância do Grande Irmão – ou Big Brother – um líder cruel que vigia todos habitantes com suas câmeras.
Uma visão cruel sobre o totalitarismo e sobre como as pessoas podem ser facilmente manipuladas por aqueles que estão no poder.
Saiba mais sobre o Livro 1984
“Trilogia Fundação”, de Isaac Asimov
Uma das obras mais ambiciosas da ficção científica também é um clássico obrigatório do gênero. Inspirado pelo livro “A Ascensão e Queda do Império Romano” essa trilogia traz um registro histórico fictício sobre a evolução da humanidade com o passar dos milênios.
Tudo começa quando um homem consegue juntar a psicologia, a história e a sociologia em uma única ciência e começa a prever as atitudes humanas a longo prazo. Logo, ele cria uma Fundação para impedir que a raça humana se destrua e volte ao estado de barbárie.
Uma leitura fácil, cheio de reviravoltas e um dos meus livros favoritos. Altamente recomendado.
“O Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams
Um dos meus livros favoritos. Ele traz uma crítica ácida contra a burocracia, a religião, o governo, as grandes empresas… São poucas as instituições que escapam do humor negro de Douglas Adams.
Na trama, o inglês Arthur Dent descobre que seu melhor amigo Ford Prefect é um alienígena. Os dois fogem da Terra, segundos antes do planeta ser destruído para a construção de uma rodovia espacial.
Daí em diante começa uma jornada que vai até o Fim do Universo em algo que o próprio autor classificou como uma “trilogia de cinco livros”. Humor de primeira qualidade.
“Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley
Se em “1984” o autor traz uma visão completamente pessimista do controle do Estado sobre a humanidade, essa obra traz uma sociedade que é controlada pela felicidade. Ou algo parecido com isso.
Em um futuro distante, toda a Terra é controlada por um Estado Mundial, onde Henry Ford é considerado um deus. As pessoas já não tem mais relações sexuais e todos os bebês são criados de forma artificial. Além disso, todos humanos são submetidos a um regime de drogas para estarem sempre felizes.
Apesar de fazer diversos paralelos com a inseminação artificial, o uso de antidepressivos e uma sociedade controlada por entretenimento barato, a obra foi escrita em 1932, muito antes de qualquer um desses ser comum como é hoje em dia. É assustador como Aldous conseguiu prever diversas coisas da sociedade moderna.
“Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury
Quando foi a última vez que você leu um livro? Será que você dá o valor devido à literatura? Escrito em 1953, este livro traz um interessante paralelo à queima de livros que os Nazistas realizaram durante a Segunda Guerra e como os Norte Americanos tentavam proibir certas publicações por “apologia comunista”.
Em um Estado totalitário, os “bombeiros” têm como função principal queimar qualquer tipo de material impresso, pois foi convencionado que literatura é um propagador da infelicidade. Como entretenimento só é permitido ao povo assistir televisão ou passear em praças públicas.
Mas um homem começa a questionar tal linha de raciocínio quando vê uma mulher preferir ser queimada com sua vasta biblioteca ao invés de permanecer viva.
“2001: Uma Odisseia no Espaço”, de Arthur C. Clarke
Se você, assim como eu, não entendeu nada do filme de Stanley Kubrick da primeira vez que assistiu, este livro é a solução dos seus problemas.
Mais didático e com um ritmo muito mais fácil de acompanhar, o livro conta a história de uma tripulação que é mandada para o espaço para estudar um estranho objeto encontrado na lua.
Uma intrigante e visionária abordagem sobre nossa relação com a inteligência artificial e como seria o contato humano com uma cultura extra-terrestre.
“Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?”, de Philip K. Dick
Mais um caso onde o livro oferece uma compreensão melhor da história do que o filme. Esta obra originou o longa “Blade Runner”, clássico cult de Ridley Scott.
Na história, Rick Deckard é um caçador de recompensas. Ao contrário da maioria da população que sobreviveu à guerra atômica, não emigrou para as colônias interplanetárias após a devastação da Terra, permanecendo numa San Francisco decadente, coberta pela poeira radioativa que dizimou inúmeras espécies de animais e plantas.
Para conseguir dinheiro, ele resolve aceitar o trabalho de perseguir seis androides fugitivos e aposentá-los. Mas suas convicções mudam quando percebe que a linha que separa o real do fabricado não é mais tão nítida como ele acreditava.
Uma abordagem profunda sobre a natureza da vida, da religião, da tecnologia e da própria condição humana.
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