Só quem já organizou, disputou ou pisou em um jogo universitário sabe quanto injustos eles são. O esforço e expectativa de um ano inteiro se esvaem em apenas quatro dias. São 96 horas para você sorrir ou para chorar.
Para quem joga é um exercício de auto-controle: “Bebo com a galera na balada hoje ou me guardo para estar 100% no jogo de amanhã?” Na quadra, são as pequenas vitórias que valem: O sorriso da garota da torcida quando você faz um gol, a responsabilidade de representar sua faculdade entre aquelas quatro linhas e ansiedade para por em prática tudo que foi passado naquele ano inteiro de treinos.
Se perdeu, a gente afoga a mágoas bebendo. Se ganhamos, bebemos também. Para comemorar. Alegrias e tristezas se encontram e bebem juntas no open bar.
Se a vida não tem trilha sonora, nos jogos tem. A mais dramática possível. Quando a bateria toca, quem está na quadra sente no peito. “Quem bate mais rápido: meu coração ou o cara do pandeiro?”
Para quem vai só para curtir as disputas são outras. Será que batemos o recorde de brejas do ano passado? Será que depois de um ano de xavecos aquela gatinha do terceiro ano vai ceder? Será que eu consigo gabaritar alunas de todas faculdades este ano? É muito pouco tempo para tanta coisa boa para fazer. Por falar em tempo curto, ele praticamente inexiste para que é da comissão organizadora.
Só quem organiza sabe o peso daquele colete e rádio. Se resignar das baladas, de beber com os amigos ou de descansar. Tudo isso para tirar do papel os jogos. Seja um evento para mil ou dez mil pessoas, a responsabilidade é grande e o suor também.
São garotos em seus vinte poucos anos e que até ontem comemoravam a chegada da carteira de motorista puxando responsabilidade de gente grande para si. Que deixam de dormir para que outros possam aproveitar o evento da melhor forma possível. Os jogos guardam essa dicotomia para si.
Enquanto uns organizam, outros curtem. Enquanto uma equipe comemora, o outro time chora. São muitas conquistas e muitas derrotas para tão pouco tempo.
Jogos universitários são para quem grita, para quem vibra e para aqueles que choram. Principalmente, são para aqueles que sabem que aqueles quatros anos vão ser lembrados pro resto da vida.
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