Vale a pena ir na Comic Con Experience?

O MHM foi ao maior evento nerd da America Latina e diz o que achou do rolê tão disputado entre os geeks

Vale a pena ir na Comic Con Experience?

Entre os dias 3 e 6 de Dezembro, aconteceu em São Paulo a Comic Con Experience, o maior evento de Cultura Pop da America Latina.

Como atrações principais, o evento teve artistas de produções internacionais como David Tennant, de Doctor Who e Jessica Jones, e ícones das HQs como Frank Miller e Jim Lee.

Além disso, uma porrada de produtos de cultura geek gringa e nacional foi exposta nos corredores do São Paulo. Mas atrações deste porte vem com um preço.

O ingresso mais barato saia por R$240 – R$120 se você pagasse meia. O salão de eventos estava abarrotado, fazendo com que as filas fossem uma realidade inconveniente. Até mesmo lojas tinham fila para entrar ou pagar .

Para assistir um dos painéis – grande destaque do evento – você precisava chegar cedo e passar quase o dia inteiro sentado na sala esperando ver seu ídolo. Sem contar os preços de muitos produtos que não mudavam muito do de lojas físicas ou online.

Com um cenário destes, será que a vale a pena ir para uma Comic Con Experience?

Uma experiência nerd

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Eu cresci em uma época onde o máximo que os nerds tinham de evento eram os encontros de anime que – apesar de terem crescido muito – sempre tiveram uma estrutura mais amadora e aquele climão de futebol de várzea.

Poucas atrações relevantes – eram sempre um dublador ou ator de seriado japonês – stands de baixa qualidade e muitos vendedores comerciando seus produtos – nem sempre licenciados – em carteiras de colégio público.

A CCXP traz um tom mais sóbrio com reconhecimento de produtoras nacionais e internacionais que investem no evento.

Bons exemplos disso são os stands da Warner e da Marvel que contavam com objetos de seus filmes que circularam em outros eventos que rolaram ao redor do mundo como a armadura do Batman de “Batman Vs Superman” e as estátuas em tamanho real do Hulk e da armadura do Homem de Ferro.

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Ao invés de um pátio de colégio como palco para seus convidados mais importantes (algo comum em encontros de anime), um salão construído para 2.5 mil pessoas.

Graças à Oz Produtora, pude ver a reação do público no painel da Netflix e, cara, a empolgação de muitos nerds ao verem os atores de Jessica Jones ao vivo muito se assemelhava a torcidas de futebol.

Outro grande destaque é a possibilidade de encontrar as mais diversas HQs, action figures, objetos decorativos ou o que for que tenha a ver com o universo nerd. Mas isso não significa que você vai conseguir aproveitar tudo em um dia. É preciso disposição e força de vontade.

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Entrar em um dos painéis era tarefa praticamente impossível. Conseguir autógrafos dos medalhões também era uma tarefa hercúlea. Mas, no contraponto, outros artistas menos bombados, mas não menos importantes, circulavam a vontade pelo evento ou estavam em suas mesas no Artist’s Alley.

Você podia não sair com um autógrafo de um gigante como o Miller, mas podia sair com 10 de outros de caras como Rafael Alburquerque, David Finch, Kevin Maguire, entre muitos outros – sem contar a possibilidade de conhecer diversos outros talentos do mercado nacional de quadrinhos.

Sem contar a chance de conhecer muitos Youtubers ou blogueiros de cultura nerd como o Jovem Nerd, os irmãos Castro, os caras do MRG, que, para muitos, são tão ídolos quanto as atrações principais da CCXP.

A palavra chave para o evento é paciência e disposição. Paciência para as filas para comer, ir ao banheiro, beber água ou pegar um autógrafo – algo que é realidade em outros eventos no país – e disposição para andar a longa extensão do São Paulo Expo que ano que vem fica maior ainda.

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Quem foi querendo comprar produtos mais baratos, uma tristeza. São poucas as lojas que oferecem descontos. Boa parte deles continua com o preço de mercado. Mas, para aqueles que não estão acostumados a caçar action figures ou colecionáveis, o local vem como uma benção.

Era possível encontrar action figures de personagens clássicos como o Ultraman até mais recentes como o Deadpool, algo que você não vê facilmente em um shopping, por exemplo.

A real é que a CCXP é para ser encarada mais como uma grande confraternização nerd. É um ambiente que abre suas portas para nerds, gamers, fanáticos por séries e cosplayers.

Onde aquela paixão por cultura pop que é vista de cara feia por algumas pessoas, é aceita de braços e coração aberto. Ninguém se importa se você está de terno ou gravata, ou vestindo a armadura de Sagitário.

É um evento caro e cansativo, mas é aquela oportunidade que alguns tem para se reunir com seus parecidos e conversar se o Han atirou primeiro, se a Marvel é melhor que a DC ou qual é o melhor Doctor. Se você tem grana, energia e ama o universo geek, vale a pena, sim.

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Edson Castro
Edson Castro

Jornalista, ilustrador, apaixonado pela vida e por viver aventuras. Coleciona HQs, tênis e boas histórias para contar.

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