Precisamos falar sobre depressão

Hoje, outro problema extremamente grave de saúde pública vive a cegueira do tabu e o resultado disso é o aumento das suas vítimas: a depressão – causa primordial dos suicídios ao redor do mundo.

Doenças graves já foram amplamente combatidas quando a sociedade começou a eliminar os estereótipos e destruir os tabus que as cercavam, como o câncer e a AIDS, por exemplo.

+ Depressão masculina: como reconhecer o mal no homem?
+ Relatos de Depressão Masculina

Hoje, outro problema extremamente grave de saúde pública vive a cegueira do tabu e o resultado disso é o aumento das suas vítimas: a depressão – causa primordial dos suicídios ao redor do mundo.

Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia. Essa taxa é superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.

No estado de São Paulo, um dado assustador revela que o suicídio aumentou 30% nos últimos anos e a maioria das vítimas são homens.

Esse mal é silencioso, cruel e pode evoluir extremamente rápido se não for combatido.


Veja o vídeo com os sintomas, causas e tratamentos da Depressão

As pessoas fogem do assunto e a diferença entre os casos de suicídio entre homens e mulheres pode ser, muitas vezes, explicado pelo medo ou desconhecimento, pela vergonha de discutir o tema, de admitir a tristeza, de aceitar o tratamento.

O Maranhão é outro estado com dados alarmantes. Lá, 161 mil casos de depressão foram diagnosticados e o estado ocupa a 11ª colocação no ranking nacional de registros da doença, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013.

Esse levantamento aponta que, em todo o país, 10,4 milhões de pessoas sofrem com a doença. Na capital maranhense, 17 mil pessoas combatem a depressão.

Para entender como ela funciona, e salvar mais vidas, é preciso apontar os sinais e reforçar que você não é fraco por ter depressão, não é covarde e nem menos homem por se sentir assim.

Você precisa aceitar essa condição e procurar ajuda, assim como faria com qualquer outra doença diagnosticada.

O que é a depressão

Crédito: Reprodução

A depressão pode se manifestar de várias formas diferentes mas, antes de entrarmos nos sintomas, é preciso entender o que é a doença: esse distúrbio de humor leva à persistente sensação de tristeza e perda de interesse.

Muitas vezes, sua causa está em um desequilíbrio químico do cérebro que pode ser explicada por algum fator traumático ou simplesmente por uma predisposição genética.

Há uma série de evidências que mostram as alterações químicas no cérebro de quem está com depressão, principalmente relacionadas aos neurotransmissores – como a serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina.

Ou seja: a depressão é um quadro clínico que exige tratamento e, na maioria das vezes, exige medicação controlada. Há um distúrbio acontecendo no seu cérebro, um problema grave que está impedindo o seu corpo de funcionar como deveria e, por isso, ele precisa ser tratado.

No passado, muitas pessoas cometiam suicídio ou morriam por doenças intensificadas ou causadas pela depressão mas, como a medicina ainda não tinha avançado o suficiente, pouco se entendia sobre a influência desse estado no comportamento das pessoas e em sua saúde física.

Hoje, você pode tratar esse quadro e vencê-lo.

Sintomas

Crédito: Reprodução

Os sintomas podem variar e cada pessoa pode manifestar a depressão de uma maneira diferente.

Por isso, é importante ficar atendo aos sintomas principais e prestar atenção nas variações de humor e de comportamento!

Veja quais são eles – de acordo com o portal Minha Vida:

  • Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia;
  • Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;
  • Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis;
  • Desinteresse, falta de motivação e apatia;
  • Falta de vontade e indecisão;
  • Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;
  • Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte;
  • A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio;
  • Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e o seu mundo;
  • Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
  • Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido;
  • Perda ou aumento do apetite e do peso;
  • Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo);
  • Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

Se você experimentar alguns desses sintomas com frequência, é melhor procurar ajuda.

É normal se sentir triste e deprimido por alguns dias, é comum, muitas vezes, se sentir desesperançoso sobre algo e desanimado para sair de casa. O que não é comum é viver essa sensação por dias.

O preocupante é entrar em um ciclo tão intenso de tristeza que a simples vontade de tomar banho desaparece.

Porém, é preciso prestar atenção em outro detalhe: muitas vezes, quem sofre de depressão passa por motivações rápidas. A montanha russa pode subir bruscamente e te fazer querer aproveitar uma festa ou sair com os amigos. Mas, se alguns dias depois seu humor oscilar novamente e você voltar para aquele estado intenso de tristeza, é fundamental procurar ajuda novamente.

A depressão é traiçoeira e cruel, ela pode te perseguir em silêncio e consumir sua energia. Então, antes de permitir que ela te controle, procure um médico.

Muitas vezes, a depressão causa outros problemas psicológicos, como Anorexia, Bulimia, transtornos como o Transtorno Obsessivo Compulsivo, o Transtorno Borderline e vários outros.

Tratamento

Crédito: Reprodução

Para tratar a depressão você precisa visitar um psiquiatra. O tratamento é essencialmente realizado com medicamentos para regularizar as alterações químicas do cérebro e, por isso, você precisa ser acompanhado por um médico.

Muitas pessoas acreditam que antidepressivos causam dependência mas, ao contrário desses rumores, essas medicações não são como drogas ilegais que provocam vício.

A terapia é simples e não altera negativamente, em nada, as funções básicas de quem toma os remédios.

Porém, quem vai diagnosticar o melhor medicamento e por quanto tempo o paciente deve tomar é o psiquiatra. Pode ser que o quadro se estabilize e, depois de um tempo, a pessoa com depressão possa parar de tomar os remédios, mas, muitas vezes, o tratamento exige um período prolongado. Por isso, nunca faça o uso de medicações sem um acompanhamento e jamais pare de tomar o remédio sem a orientação do seu médico.

Além do tratamento com o psiquiatra, é importante realizar terapia com um psicólogo. Enquanto um toma o controle da parte química do seu corpo, o outro te ajuda a se entender e compreender a sua própria mente.

A psicoterapia em um psicólogo ajuda e pode ser adotada por qualquer pessoa, mesmo por quem não tem depressão. Mas ela, sozinha, não cura a doença.

Se o seu diagnostico exigir um tratamento mais longo, não tenha medo e não se sinta inseguro. Você tem uma doença que exige cuidados específicos, isso não te torna melhor ou pior que alguém. Você diria que, por exemplo, alguém com câncer é inferior por ter desenvolvido a doença? É claro que não! Então, por que você é tão duro consigo mesmo? Você não escolheu a depressão, tenha isso em mente e inicie o tratamento para escolher viver.

Busque ajuda imediata

Crédito: Reprodução

Se, agora, você está tendo uma série de pensamentos negativos e considerando eliminá-los da maneira mais radical e cruel possível. Pare, respire e ligue para o Centro de Valorização da Vida no número 141.

Você não precisa passar por isso sozinho!

Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

Comentários
Importante - Os comentários realizados nesse artigo são de inteira responsabilidade do autor (você), antes de expressar sua opinião sobre temas sensíveis, leia nossos termos de uso