Porquê a CCXP foi o melhor evento NERD no Brasil em anos

Visitamos a maior feira de cinema, quadrinhos e cultura pop da América Latina.

Visitamos a versão brasileira da Comic Con

Antes de ser jornalista ou blogueiro, eu sou um nerd. Leio tudo quanto é tipo de quadrinhos desde pequeno, sou apaixonado por Star Wars e consigo passar horar conversando sobre os problemas de cronologia da DC Comics. Porém, eu sempre detestei os eventos geeks, nerds, otakus ou parecidos que rolavam aqui no Brasil.

Admito que, sem muitos desses encontros de animes, o crescimento da cultura POP no Brasil seria inviável. Mas o problema é que muitos deles sempre me pareceram que foram organizados a toque de caixa, com uma estrutura mambembe e falta de ambição. O que acabou formando um público que se contentava com pouco.

Ai veio a CCXP (Comic Con Experience) e, meu amigo, que rolê da hora. Além de stands de empresas como a Marvel Studios, Disney, Pixar, Warner e Sony, o evento contou com pre-estreia de filmes, aulas abertas, venda de colecionáveis,  quadrinhos e livros, além de cursos de desenho, animação e escultura. Em sua primeira edição, a CCXP já é a maior feira nerd da América Latina.

Para quem não teve a chance de visitar o salão do Centro de Exposições imigrantes durante o os quatro dias de evento, preparei uma lista com alguns motivos pelos quais achei que a CCXP foi o melhor evento NERD no Brasil em anos. Se liga:

Baita estrutura

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Chega de pátio de colégio e passar a tarde de domingo tomando Muppy. Com 240 mil m², o Centro de Exposições Imigrantes recebeu de braços abertos os nerds. De cara, quem chegava ao local era recebido pelos infláveis gigantes de personagens de “A Hora da Aventura” e “Apenas um show”. Dentro do pavilhão, os stands não faziam por menos.

Destaco 3 stands que mais me chamaram atenção. O da Warner, com réplicas do batmóvel dos anos 60 e da Máquina Mistério, o carro da turma do Scooby-Doo; o Stand da Disney-Marvel, com vários objetos dos vingadores, entre eles um busto do vilão Ultron e uma estátua do Homem de Ferro; e o daBandai, com uma porrada de colecionáveis e réplicas em tamanho real das armaduras de alguns cavaleiros do Zodíaco.

Convidados de peso

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Adoro dubladores, mas não dá para falar que ver o dublador do Seya é grande a atração principal de um rolê. Uma das principais preocupações da organização foi trazer atrações relevantes e que agrassem o público das mais diversas faixas etárias. E eles vieram.

Colaram no Brasil para o evento: Jim Morris, presidente da Pixar; Jason Momoa, de “Game of Thrones”; Richard Armitage, de “O Hobbit”; sem contar uma caralhada de artistas de quadrinhos internacionais como Don Rosa, Greg Tocchini, José Garcia Lopéz, Ivan Reis, Scott Snyder…

Beleza, ainda não se compara com uma San Diego Comic Con, mas para quem tinha que se contentar com eventos que traziam TODO ANO o Jaspion e os mesmo dubladores, a CCXP foi um prato cheio.

Diversos produtos fodas

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No quesito colecionáveis, três empresas fizeram a farra dos nerds: A Piziitoys, Hot Toys e a Bandai. Com stands gigantes, as três lojas vendiam tudo quando é tipo de figura que você pode imaginar: de personagens de quadrinhos até bonecos da série Breaking Bad. Mas o que ganhou meu coração foram as edições limitadas da Iron Studios.

Se liga esse Homem Aranha FODA que eu comprei. A peça foi feita exclusivamente para a CCXP. Ou seja, quem comprou comprou, quem não comprou não poderá ter uma dessas. E elas venderam que nem água, já que, as 20h da quinta, várias das estatuetas a venda já estavam esgotadas.

Além disso, vários stands vendiam livros, HQs e jogos de tabuleiro. Ideal para quem queria começar a ler alguma coisa nova ou para aqueles nerds que procuravam uma HQ queriam completar as suas coleções.

Contato direto com quadrinistas nacionais

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Eu adoro quadrinhos nacionais. Principalmente, os autores mais recentes que tem feito um trabalho fodido em publicar suas obras de forma independente e sem ajuda de grandes editoras. E a CCXP me deu a oportunidade de conhecer muitos deles de perto.

Pude conhecer o Danilo Beyruth, Brão Barbosa, Victor Gaffagi  e o Fernando Gonsales, entre muitos, muitos outros. Para quem gosta de arte, foi um prato cheio para conhecer novos talentos e levar uns autógrafos personalizados para casa.

Saldo Geral da CCXP

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A CCXP foi um evento perfeito? Não. Porém, mostrou que a cultura pop e nerd podem ser levadas a sério no Brasil e que não temos que nos contentar com pouco. Que sirva de exemplos para outros organizadores e que eleve o nível desse tipo de evento por aqui. A gente precisa e merece.

Edson Castro
Edson Castro

Jornalista, ilustrador, apaixonado pela vida e por viver aventuras. Coleciona HQs, tênis e boas histórias para contar.

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