Nós já falamos inúmeras vezes sobre os benefícios da leitura. Ler é importante para te fazer ser mais empático, criativo, original e também para nos fazer enxergar o mundo de uma maneira mais ampla.
- Quer uma boa dica de leitura? Então, você precisa ler o livro do MHM: o Guia Definitivo Para Não Quebrar a Cara! Veja aqui!
- Confira uma lista com 101 livros para ler: dos clássicos para os atuais
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Porém, quem lê sabe que a lista de leitura nunca acaba. Há sempre um novo livro para ser lido, e ao mesmo tempo há sempre um clássico que você precisa ler antes de morrer. Então, como escolher? Qual lista priorizar?
Buscando te ajudar no processo, nós criamos uma lista definitiva com os livros que você precisa ler antes de morrer. Não importa se você lerá todos em sequência ou se dará um tempo entre um e outro. A ideia é completar a lista até o fim da vida – fácil, vai?
Aceita o desafio? Então, bora lá.
Guia Definitivo Para Não Quebrar a Cara: (ou Pelo Menos Tentar) – o livro do MHM
Os melhores conselhos nem sempre vem em palavras gentis e tapinhas de boa sorte nas costas. Às vezes, o que a gente realmente precisa é de um bom tapa na cara para acordar para a vida. E o propósito deste livro é esse.
Não agredir as pessoas gratuitamente, mas sim levantar sua atenção para algumas boas lições da vida que você talvez tenha ignorado. Ou até mesmo tenha ouvido, mas deixo passar porque se distraiu com a música do momento ou um novo vídeo no YouTube.
Este livro é um convite a prestar atenção novamente a estes bons conselhos. A sentar e refletir sobre algumas cagadas que você fez – ou pode fazer – e que poderiam ser facilmente evitadas. E quem sabe assim você não consegue evitar futuras burradas e viver uma vida mais leve?
Revolução dos Bichos
Uma das melhores fábulas para entender a corrupção do poder e a articulação de movimentos extremistas.
O livro narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Aos poucos, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos.
Escrita durante a Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 – depois de ter sido rejeitada por várias editoras – essa fábula causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.
O engraçado e cômico é que o próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, ficou incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto.
Quer tirar suas próprias conclusões? Leia o livro.
Capitães da Areia
Você provavelmente precisou ler este livro na escola, mas, se não leu – ou se quando leu não prestou a devida atenção – precisa ler antes de morrer!
Publicado em 1937, pouco depois da implantação do Estado Novo, este livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados em praça pública de Salvador por autoridades da ditadura.
A obra teve adaptações para o rádio, teatro e cinema, e é um documento sobre a vida dos meninos abandonados nas ruas de Salvador. Jorge Amado descreve essa realidade em páginas extremamente tocantes, dramáticas e repletas de lirismo.
Capitães da Areia é uma narrativa provavelmente longe da sua realidade, mas ao mesmo tempo absurdamente próxima dos seus sentimentos durante a infância.
Dom Casmurro
Um dos melhores livros que você precisa ler antes de morrer. Um clássico da literatura nacional, cômico, ácido, envolvente e ao mesmo tempo relativamente perturbador. Um relato sobre ciúme e insegurança, ao mesmo tempo que também é uma crítica ao amor cego.
Publicado em 1899, o livro permanece ainda hoje como um dos mais fascinantes estudos da traição. Aliás, são supostamente duas: a de Capitu, do ponto de vista do marido Bentinho, e a própria narrativa sobre como esse personagem modifica os fatos para corroborar suas suspeitas matrimoniais.
Tudo isso é narrado com graça num romance atemporal.
Ensaio Sobre a Cegueira
Adaptado em meados dos anos 2000 para o cinema – através dos olhos do diretor Fernando Meirelles – o livro “Ensaio sobre a Cegueira” é uma potente obra sobre o comportamento humano.
Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma ‘treva branca’ que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.
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Orgulho e Preconceito
É um fato universalmente reconhecido que toda lista de grandes livros deve incluir Orgulho e Preconceito.
Não se deixe enganar pela capa e pelo título: por baixo da superfície açucarada está uma exposição ácida do mercado de casamentos na Inglaterra georgiana.
Para cada sortuda Elizabeth, que doma o arrogante e bonito Mr. Darcy e aprende a se conhecer no processo, há uma Charlotte, resignada à vida com um palhaço aflito por falta de um rosto bonito.
1984
A peça final da ficção distópica de 1984 foi tão presciente que se tornou um clichê. Mas esqueça o Big Brother da TV: a origem do conceito não perdeu a sua força.
Orwell estava interessado na mecânica do totalitarismo, imaginando uma sociedade que levou a vigilância paranoica dos soviéticos a conclusões assustadoras. Nosso herói, Winston, tenta resistir a um mundo cinzento onde uma tela assiste a todos os seus movimentos, mas a bravura é fútil quando o estado se infiltra em sua mente.
O conceito de duplipensar e da pós-verdade praticamente nasceu neste livro, onde Orwell mostra como o maior pesadelo não é o líder de um governo totalitário, mas a mudança na estrutura de pensamento do povo que o apoia.
O Sol é Para Todos
Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista.
O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça. O sol é para todos, com seu texto “forte, melodramático, sutil, cômico” (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.
O Deus das Pequenas Coisas
O deus das pequenas coisas narra a história dos gêmeos Rahel e Estha, que, na Índia de 1969, crescem entre os caldeirões de geléia de banana e as pilhas de grãos de pimenta da fábrica da avó cega.
Armados da inocência invencível das crianças, os dois tentam inventar uma infância à sombra da ruína que é sua família – a mãe, a solitária e adorável Ammu; o delicioso tio Chacho; a inimiga Baby Kochamma e o fantasma de uma mariposa que um dia pertenceu a um entomologista imperial. Rahel e Estha descobrem que as coisas podem mudar num só dia, que as vidas podem ter seu rumo alterado e assumir novas – e feias – formas. Descobrem que elas podem até cessar para sempre.
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O Senhor das Moscas
Publicado originalmente em 1954, “Senhor das Moscas” é um dos romances essenciais da literatura mundial.
O clássico de William Golding — que já foi visto como uma alegoria, uma parábola, um tratado político e mesmo uma visão do apocalipse — se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando um avião cai numa ilha deserta, e seus únicos sobreviventes são um grupo de meninos em idade escolar.
Na história, os sobreviventes descobrem os encantos da ilha e, liderados por Ralph, procuram se organizar enquanto esperam um possível resgate. Mas aos poucos — e por seus próprios desígnios — esses garotos aparentemente inocentes transformam a ilha numa visceral disputa pelo poder, e sua selvageria rasga a fina superfície da civilidade, que mantinham como uma lembrança remota da vida em sociedade.
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Duna
Você pode quase sentir sua boca seca de sede ao entrar no mundo da Duna de Frank Herbert e encontrar o planeta deserto de Arrakis, com seus gigantes vermes da areia e alterações mentais.
Paul Atreides, o personagem principal, se vê obrigado a sobreviver no planeta Arrakis e se pega envolvido numa intrincada teia política e religiosa.
Paul divide-se entre as obrigações de herdeiro e seu treinamento nas doutrinas secretas de uma antiga irmandade, que vê nele a esperança de realização de um plano urdido há séculos.
Um clássico imperdível da ficção científica.
O Grande Gatsby
Obra-prima de F. Scott Fitzgerald, este clássico do século XX retrata a alta sociedade de Nova York na década de 1920, com sua gigantesca riqueza, festas megalomaníacas e o encanto das melindrosas ao som do jazz.
O sol em ascensão desse universo cintilante e musical é o enigmático milionário Jay Gatsby, ao redor do qual orbitam três casais glamorosos numa trama densa, repleta de intrigas, paixões e conflitos.
A retratação de um dos períodos mais prósperos da história dos Estados Unidos, O grande Gatsby é uma crítica mordaz à insensibilidade e imoralidade revestidas de ouro da chamada Era do Jazz.
Enquanto a história norte-americana trouxe a Grande Depressão logo no final da década de 1920, o livro também culmina em um final profético sobre os excessos anteriores.
Laranja Mecânica
O clássico de Anthony Burgess narra um violento futuro próximo, onde a terapia de aversão é usada em jovens selvagens que cometem estupro e assassinato como uma resposta do igualmente violento governo totalitário. É uma obra-prima distópica com seu próprio dialeto.
A estranha linguagem utilizada por Alex – soberbamente engendrada pelo autor – empresta uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de “1984”, de George Orwell, e “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, “Laranja Mecânica” é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX.
Lolita
Proibido de entrar no Reino Unido em seu ano de publicação, 1955, o trabalho de ficção surpreendentemente habilidoso e duradouramente controverso de Vladimir Nabokov nos apresenta o professor literário e hebéfil confesso Humbert Humbert, o narrador talvez duvidoso do romance.
Ele se casa com a viúva Charlotte Haze apenas para ter acesso a sua filha, Dolores, de 12 anos, apelidada de Lo pela mãe, ou como Humbert a chama de “Lolita, luz da minha vida, fogo dos meus lombos”. Meu pecado, minha alma. ”Ocultar seu abuso na linguagem alusiva do amor idealizado não diminui os crimes de Humbert, mas permite que Nabokov o espetar onde ele se esconde.
Um livro pesado que precisa ser lido para que a romantização de crianças seja um problema, e não algo naturalizado.
Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?
O romance que inspirou Blade Runner é mais estranho até do que o filme que se tornou.
Naquela época, antes que a inteligência artificial pudesse ensinar em poucas horas a jogar xadrez melhor do que qualquer grande mestre que já existiu, Philip K Dick estava usando o conceito de vida andróide para explorar o que significa ser humano, e o que é ser deixado para trás em um planeta comprometido.
O fato de ele poder fazer isso em 250 páginas transforma o livro em um clássico imperdível da ficção científica.
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Drácula de Bram Stoker
O que quer que tenha passado entre o gerente de teatro irlandês Bram Stoker e o viajante e escritor húngaro Ármin Vámbéry quando se conheceram em Londres e conversaram sobre as Montanhas dos Cárpatos, incubou na imaginação gótica de Stoker uma obra que teve uma influência incalculável na cultura ocidental.
Não é difícil ler o Conde como uma figura sexual sombria, surpreendendo a Inglaterra vitoriana na cama, mas nas mãos de Stoker ele também é assustador.
Redoma de Vidro
O único romance escrito pela poetisa Sylvia Plath é um relato semi-autobiográfico de uma descida à depressão que a narradora do livro, Esther Greenwood, descreve como estar preso sob uma redoma de vidro – usado para criar um vácuo em experimentos científicos – lutando para respirar.
Quase todas as palavras são cativantes, e a maneira como Plath capta a vida vívida que acontece em torno de Esther – eventos de notícias e festas de revistas – acentua a doença letal que a leva a sentimentos suicidas. Plath se suicidaria um mês após a publicação do romance em 1963
Anna Karenina
Em Anna Karenina, o grande romancista russo capta a carga erótica entre a Anna casada e o solteirão Vronsky, depois arrasta sua heroína através do desprezo da sociedade quando seu caso toma forma, sem jamais sugerir que nos movamos do seu lado.
Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.” Esta é uma das aberturas mais famosas de todos os tempos, e ainda hoje impressiona a sabedoria concisa com que Tolstói introduz o leitor no universo de Anna Kariênina, clássico escrito entre 1873 e 1877.
Muito do que o romance vai mostrar está contido nesta frase. A personagem-título, ao abandonar sua sólida posição social por um novo amor, e seguir esta opção até as últimas consequências, potencializa os dilemas amorosos, vividos dentro ou fora do casamento, de toda a ampla galeria de personagens que a circunda. O amor, aqui, não é puro idealismo romântico.
Ligações Perigosas
A experiência mais deliciosamente perversa da literatura, este romance epistolar nos apresenta a Marquesa de Merteuil e o Vicomte de Valmont, que fazem cruéis jogos de conquista sexual contra suas vítimas involuntárias.
A justificativa da Marquesa para seu comportamento – “Eu nasci para vingar meu sexo e dominar o seu” – também inspirou o filme “Segundas Intenções”.
Cem Anos de Solidão
A energia e o encanto da história de García Márquez sobre as sete gerações da família Buendia em uma pequena cidade da Colômbia continuam a encantar meio século depois. Assombrações e premonições aliadas a um olhar jornalístico para detalhes e uma sensibilidade poética tornam o realismo fantástico de Marquez único.
O Processo
“Alguém andou contando mentiras sobre Josef K.” Assim começa o conto de pesadelo de Kafka sobre um homem preso em um processo burocrático insondável depois de ser preso por dois agentes de um escritório não identificado por um crime que não lhes é permitido contar.
Prenunciando o anti-semitismo da Europa ocupada pelos nazistas, assim como os métodos da Stasi, da KGB e da StB, é um conto inquietante, às vezes desconcertante, com uma ressonância assustadora.
Fahrenheit 451
A distopia que Ray Bradbury relata na obra mostra um mundo no qual as pessoas não podem ler livros.
Homens chamados de “Bombeiros” cuidam de queimar toda literatura encontrada.
Porém, um dia um bombeiro resolve dar uma espiadinha numa das obras e tudo muda.
O livro é rápido de ler e um excelente ensaio sobre a importância da literatura para combater governos totalitários e promover a empatia.
Por Quem os Sinos Dobram
O livro narra a história de um jovem que recebe a missão de explodir uma ponte durante a Guerra Civil Espanhola. Uma história sobre a morte e a crueldade humana durante os tempos de guerra.
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O Diário de Anne Frank
Um diário escrito por uma garota que retrata o drama da sua família judia que tenta se esconder dos nazistas durante a invasão da Holanda.
Na Natureza Selvagem
Christopher McCandless, filho de pais ricos, se forma na universidade de Emory como um dos melhores estudantes e atletas. Porém, em vez de em embarcar em uma carreira prestigiosa e lucrativa, ele escolhe doar suas economias para caridade, livrar-se de seus pertences e viajar pelo Alasca.
Um livro delicado e poderoso que vai te ajudar a se tornar mais empático e menos arrogante.
Um dos livros mais importantes da história, com certeza.
A Coisa
Não é a toa que Stephen King é um dos grandes mestres do terror. Neste livro, ele narra a saga de um grupo de amigos em dois momentos, quando eram jovem e agora adultos, e sua luta conta um mal que vive nos subterrâneos de cidade de Derry.
Apesar de ser um livro de terror, A Coisa explora as consequências de traumas psicológicos, como abuso sexual, racismo e bullying.
O Retrato de Dorian Gray
Clássico absoluto de Oscar Wilde, conta a história de um jovem apaixonado por sua própria aparência que consegue um quadro que envelhece em seu lugar enquanto ele permanece eternamente jovem.
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Kafka à beira-mar
Kafka à beira-mar é um dos romances mais ambiciosos do escritor japonês Haruki Murakami, e uma das mais surpreendentes obras da literatura contemporânea.
Centrado na jornada de dois personagens, é um livro imaginativo, com referências que vão do mundo pop japonês às tragédias gregas.
Kafka Tamura é um solitário menino de quinze anos que decide fugir da casa do pai para escapar de uma terrível profecia, além de tentar encontrar a mãe e a irmã, que partiram quando ele ainda era criança.
Sua rota de fuga irá se cruzar, inevitavelmente, com a de Satoru Nakata, um homem idoso que, após passar por um trauma inexplicável na infância, adquiriu estranhos poderes sobrenaturais.
Nós acabamos deixando vários títulos incríveis de fora desta lista de livros para ler antes de morrer. Afinal, para facilitar a sua vida, foi necessário condensar as indicações e escolher obras que sintetizavam períodos e que influenciaram outros livros!
Boa leitura!
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