4 Coisas que você pode aprender com a série Jogos Vorazes

O último filme da franquia chegou aos cinemas! Veja o que a série mais popular da atualidade pode te ensinar sobre política, comportamento e sociedade.

Créditos: arebooksawesome

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Jogos Vorazes é uma série diferente. Ela atraiu jovens aos cinemas, conquistou adolescentes e adultos pelas páginas dos livros e, recentemente, chegou ao fim com o último filme da saga.

A história de “A Esperança”, último livro da série, foi dividida em dois filmes. A narrativa é apresentada na perspectiva de uma jovem, a produção é um blockbuster e os atores principais são extremamente populares na indústria. Então, como Jogos Vorazes pode ser uma série diferente?

Com o primeiro e segundo filme, a franquia atraiu o público. Com o terceiro e quarto – uma injusta divisão do último volume literário – ela obrigou seu público, ao longo das horas de duração, a refletir sobre o que viam.

A violência, o show, o espetáculo atraiu. A guerra, a propaganda e os efeitos colaterais da eterna luta pelo poder, fez o público pensar. O que as massas esperavam dos últimos filmes? Certamente, esperavam mais daquilo apresentado nos dois primeiros: sangue, armadilhas mortais, intrigas. Um espetáculo filmado para entreter a audiência. Fazê-la gritar, jogar pipoca para o alto, sentir-se na arquibancada de um ringue.

Créditos: chichick

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O que a audiência recebeu? O silêncio. A reflexão. Diálogos metafóricos, críticas políticas, armações.

O que o povo de Panem, tão acostumado a assistir ao reality show com sede de sangue, estava esperando no próximo ano, no próximo filme? Mais Jogos Vorazes.

O que eles receberam? Uma guerra, a realidade.

Apesar da capa, Jogos Vorazes sempre foi uma história sobre sobrevivência e as consequências de uma guerra. Os leitores dos livros já sabiam disso, o público exclusivo do cinema possivelmente, não.

E não é engraçado pensar que esse mesmo público, o público real, ansioso por ação, sangue, e violência estava vendo um filme sobre um país em guerra justamente pelo anseio por ação, sangue e violência?

Nesse cenário, o que Jogos Vorazes e, principalmente, Katniss Everdeen, podem nos ensinar?

1# Sempre haverão jogadores controlando as peças do tabuleiro. Não seja uma peça.

Créditos: chicagonow

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Katniss, Peeta, Gale, Rue, Prim. Todos os jovens de Panem funcionavam como peças no jogo de Snow. Depois, tornaram-se peças no jogo de Coin. Aqueles que conseguiam enxergar isso, como Finnick, Peeta, Johnanna e Anne, enlouqueceram de formas variadas.

O cenário é bem mais amplo e, nele, precisamos enxergar além de nós mesmos.

2# O mundo é um jogo cruel, mas você pode escolher valorizar os pequenos atos de bondade.

Para não enlouquecer quando enxergar a potencial falta de esperança existente em nossas formas de governo e líderes políticos, tente se apegar ao que existe de bom nas pessoas ao seu redor.

A ganância e os jogos de poder sempre vão existir. A solução para sobreviver caso você não queria fazer parte deles é a mais clichê possível: aceite o bem que você recebe.

3# Você não precisa ser forte o tempo inteiro

Créditos: jabberjays

Créditos: jabberjays


 

Em hits de bilheteria, filmes para as massas, raramente vemos uma abordagem psicológica tão intensa sobre a morte como conseguimos enxergar na franquia de Jogos Vorazes.

Matar não é fácil. Matar deixa sequelas, rastros eternos em você. Receber a promoção no lugar do seu colega de trabalho que, no fundo, você sabia que poderia merecer mais, também não é algo fácil. Ser traído e logo depois dispensado por sua namorada também não é algo simples. Nem para você, nem para ela.

É claro, existem pessoas que conseguem encarar tudo isso de uma forma bem mais leve. Mas se você não conseguir, não há problema algum. A superação simples e sem consequências psicológicas é coisa de cinema.

4# Suas ações não são em vão.

A principal razão pela qual Katniss encarou os Jogos Vorazes, por exemplo, pode, na conclusão da história, tornar-se injustificável. Porém, se ela nunca tivesse entrado nos jogos, os acontecimentos seguintes e a revolução seriam muito, muito diferentes. A guerra poderia acontecer de qualquer forma, como realmente seria o caso, mas sua conclusão seria outra completamente diferente.

Por isso, quando acreditar que não há mais motivos para continuar pois sua motivação inicial já não existe, acredite na máxima: o acaso não existe porque, afinal, você existe, e você não pode permitir que as ações sigam longe do seu controle.

Créditos: cachereelez

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Ao deixar a sala de cinema depois de assistir ao último filme da série, não o encare como injustificável ou diferente da proposta inicial. Ele é exatamente o que ele propôs ser, e você pode aprender com cada metáfora apresentada ao longo da franquia, afinal, ainda existem jogos muito piores para jogar, na vida real

Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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