Água-que-passarinho-não-bebe, amansa corno, birita, canjebrina, engasga-gato… esses são apenas alguns dos mais de 400 sinônimos para a Cachaça, a bebida genuinamente brasileira.
+ Confira nossa entrevista com Leandro Batista, o sommelier de cachaça
Segundo números do Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac), hoje a produção chega a 1,4 bilhão de litros, sendo cerca de 4 mil marcas oficiais e 40 mil produtores, dos quais, 98% são de pequeno porte. Com tantas opções no mercado, como escolher uma aguardente de boa procedência e não ter um ressaca de pinga?
E para celebrar o Dia da Cachaça, o MHM foi ao Restaurante Mocotó, em SP, e conversou com o sommelier de cachaça Leandro Batista. Nosso principal objetivo (além de degustar algumas ‘marvadas’ com o especialista) foi montar uma seleção de 9 Cachaças artesanais para beber em 2013. Confira as dicas na hora de escolher a cachaça e a veja a nossa lista:
Dicas para comprar uma boa cachaça
– Caso não possa degustar antes da compra, o importante é ver o rótulo, com a distribuição e graduação alcoólica. Se a garrafa apresentar indícios de sujeira, descarte a marca;
– Chacoalhe a garrafa e veja se demora para aparecer uma espuma como um rosário. Se isso ocorrer, a cachaça tem impureza, ou seja, é de má qualidade;
– Para tomar gelada, coloque a bebida envelhecida no freezer, ela ficará mais licorosa. As pedras de gelo disfarçam as propriedades da bebida e não são recomendadas;|
– As pingas de qualidade não descem queimando nem têm gosto adstringente (semelhante ao de banana verde);
– Para não misturar o aroma de outros elementos, como a madeira, para a caipirinha, a cachaça ideal é a branca e descansada;
– Sempre opte pela cachaça artesanal e evite cachaças adoçadas.
9 Cachaças artesanais para tomar em 2013
1# Leblon – 42%
Produzida em Patos (MG), essa cachaça é envelhecida em barris de carvalho francês, que antes recebiam cognac. O fato curioso é que essa cachaça foi introduzida primeiramente dos Estados Unidos em setembro de 2005 e no ano seguinte apresentada aos mercados do Reino Unido e França. Só foi comercializada no país em 2007.
2# Reserva 51 – 40,50%
Talvez como uma forma de se redimir perante a produção da cachaça Pirassununga 51 (de coluna), a empresa criou a bebida envelhecida cinco anos em barris de carvalho. Este é o rótulo mais caro desta lista.
3# Rainha – 50%
É uma aguardente de cana, não pode ser chamada de cachaça por causa de sua graduação alcoólica (cachaça tem que ter entre 38% a 48% de teor alcoólico). Produzida em Bananeiras, (PB), é branca e armazenada 5 meses em freijó, uma madeira neutra.
4# Fabulosa – 42%
Da famosa região de Salinas (MG), essa cachaça amarela é seis anos envelhecida em tonéis de bálsamo, a mesma madeira que é envelhecida a Anísio Santiago (famosa pelo seu alto preço). Seu aroma lembra anís.
5# 30 Luas – 40%
Fabricada em Osório (RS), a cachaça é envelhecida 30 meses em barris de carvalho, conferindo um paladar macio e redondo.
6# Cachaça Francesinha – 27%
Com 27% de álcool, esse destilado é o mais adocicado da lista. Com uma pegada licorosa, a bebida conta com Fava de Baunilha e Mel. O rótulo é exclusividade do Restaurante Mocotó.
7# João Mendes Prata – 38%
Produzida em Perdões (MG), esta cachaça é armazenada por até três anos em barris de carvalho revestidos com parafina – o que impede a madeira de alterar a cor e o aroma, mantendo o sabor característico da cana. É uma boa opção para fazer caipirinha.
8# Weber Haus – 38%
Da região de Ivoti (RS), essa cachaça é envelhecida em canela Sassafrás durante um ano até atingir sua perfeição em tempo ideal de maturação.
9# Quebra conceito – 38%
Criação do próprio Leandro Batista, a Quebra Conceito é um blend (mistura) de três rótulos de cachaça: Dona Beja, Santa Terezinha e Weber Haus. Com um sabor bem suave, a idéia é surpreender o público com uma bebida mais fácil para o consumo.
Comentários
Importante - Os comentários realizados nesse artigo são de inteira responsabilidade do autor (você), antes de expressar sua opinião sobre temas sensíveis, leia nossos termos de uso