5 mafiosos mais famosos da história

Nós temos o hábito de dizer que qualquer organização criminosa é uma máfia, ou que qualquer comportamento em grupo pode ser considerado mafioso: máfia do futebol, máfia dos transportes, máfia das drogas, enfim. A lista é grande.

Porém, apesar desse hábito, não é toda organização criminosa e nem todo comportamento criminoso realizado por um grupo de pessoas que pode ser considerado um comportamento mafioso ou parte de uma máfia.

Toda máfia tem pelo menos uma característica que a distingue das outras quadrilhas, e normalmente ela está fundamentada numa cultura e numa ideologia que faz com que seus membros consigam sobreviver à morte ou à prisão. Por exemplo, as máfias italianas têm membros que se denominam “homens de honra” e a grande maioria delas continua em plena atividade, apesar das mudanças políticas e sociais no país.

Porém, uma quadrilha que até recebe o nome de máfia, como a “máfia dos sanguessugas”, que foi descoberta no Brasil em meados de 2006, desaparece depois da prisão ou do desmanche do grupo.

Uma máfia também é formada por outras características, como o respeito que ela recebe da comunidade em que está inserida e a rede de negócios estabelecida entre os mafiosos e os políticos, juízes e policias, por exemplo.

Mas, hoje, nós vamos falar de outra característica que está presente em toda máfia: a particularidade de seus membros. Grandes máfias têm membros incisivos, manipuladores e extremamente influentes. Nós separamos os 5 maiores deles:

Carlos Gambino

5 mafiosos mais famosos da história

Gambino nasceu em Palermo, na Sicília, em 1902. Ele cresceu em uma família que tinha ligações com a Máfia há séculos, e entrou para o crime quando começou a cometer assassinatos ainda na adolescência.

Porém, quando o fascismo do Benito Mussolini começou a dominar a Itália em 1921, ele migrou para os Estados Unidos onde rapidamente se envolveu com negócios ilegais até entrar para o grupo de Charles “Lucky” Luciano. Com a proibição da venda de bebidas alcoólicas em 1939, ele foi preso por contrabando e condenado a 22 meses de prisão, mas logo após ser solto retornou à ativa.

Gambino lucrou muito com a Segunda Guerra Mundial: na verdade, ele faturou milhões de dólares contrabandeando bebidas e selos.

Depois de Luciano ser extraditado nos anos 40, Albert Anastasia assumiu o controle da Família Mangano – a mais poderosa da época – e Gambino se tornou seu braço direito. Em 1957, ele planejou a morte de Anastasia e assumiu o comando dos negócios.

Ele reinou como chefe supremo da máfia nova-iorquina até o dia da sua morte, em 1976. Nesse período, ele fez fortuna também com negócios ilegais. Apesar das autoridades conhecerem sem nome e saberem quem ele era, jamais conseguiram provar suas conexões e prendê-lo ou deportá-lo.

Frank Costello

5 mafiosos mais famosos da história

Frank Costello, também conhecido como o “Primeiro Ministro da Máfia”, foi um mafioso extremamente influente que sobreviveu às severas Guerras dos Gângsters, ao escrutínio do governo e a uma tentativa de assassinato, com o objetivo de controlar a poderosa Comissão Nacional de Chefes da Máfia, fundada por Lucky Luciano.

Ele nasceu na Itália com o nome de registro Francesco Castiglia, e se mudou para Manhattan em 1895. Assim como outros mafiosos, ele também integrou a Five Point Gang, e foi preso por assalto, roubo e por porte de armas no mínimo 4 vezes entre 1908 e 1918.

Ele subiu ao topo do submundo americano, controlando um vasto império de jogos de azar em todos os Estados Unidos, e aproveitava a influência política como nenhum outro “chefão” da Cosa Nostra fez. Frank se tornou um dos mais poderosos e influentes chefes da Máfia na história americana e acabou liderando uma organização criminosa apelidada pela Lei de Rolls-Royce do crime organizado, a Família Luciano – que mais tarde virou a “Família Genovese”.

Lucky Luciano

5 mafiosos mais famosos da história

Lucky Luciano, o mafioso que citamos acima na história do Carlos Gambino, é conhecido como o “Pai da Máfia Moderna” – e você já vai entender por quê.

No auge da Segunda Guerra Mundial, quando os nova-iorquinos temiam o nazismo, o chefe de polícia da cidade pediu ajuda para a máfia italiana. Sim, pode acreditar – é por isso que falamos que a máfia se difere muito de vários grupos criminosos e quadrilhas – porém, ele não suspeitava que o bombardeio do navio Normandie, em 1942 (um dos sinais do avanço do nazismo), havia sido provocado justamente pela máfia, a mando de seu líder, o siciliano Lucky Luciano. Na época, ele estava cumprindo pena, mas comandou o ataque de dentro da cadeia.

 

Mas esse é apenas um dos feitos do Lucky Luciano. Há quem diga que ele também ajudou o Brasil na Segunda Guerra, mas isso é assunto para uma outra matéria.

Salvatore Lucania nasceu na Sicília em 1897, mas sua família se mudou para Nova York quando ele tinha 9 anos de idade. Com apenas dez anos, ele foi preso pela primeira por roubar uma loja. Ainda adolescente, ele entrou para a gangue Five Points – a mesma em que Al Capone foi treinado.

Depois de cinco anos estabelecendo um império baseado na prostituição, Luciano controlava o crime em Manhattan. Em 1929, um atentado quase tirou a sua vida, e ele começou a planejar o Sindicato Nacional do Crime.

Foi então que ele  arquitetou uma disputa entre mafiosos conhecida como a Guerra Castellammarese, que terminou com a morte de dois chefes rivais Sal Maranzano e Giuseppe “Joe the Boss” Masseria em 1931. Então Luciano assumiu o controle da Máfia nova-iorquina e passou a ser conhecido como o mafioso mais poderoso do país. Nessa época, ele e seu braço direito, Meyer Lansky, expandiram os negócios do crime organizado até Cuba, onde comandavam cassinos e casas de prostituição. Porém em 1936 a festa acabou e ele foi condenado a 50 anos de prisão.

Apesar de estar atrás das grades, Luciano conseguiu controlar a máfia de dentro da prisão e, como contamos acima, a sua influência era tão grande que, em 1942, a Marinha dos Estados Unidos pediu que ele usasse suas conexões com mafiosos italianos para auxiliar no desembarque de tropas na Sicília e para proteger os portos americanos durante a Segunda Guerra Mundial.

Salvatore Riina

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Salvatore Riina nasceu em 1930 na cidade de Corleone, e entrou para a mafiosa Família Corleone ainda adolescente e em um período pós-guerra, quando o crime organizado italiano estava dizimado e com sérios problemas estruturais. Ele se uniu ao grupo de Luciano Leggio, que tentava derrubar o então Chefe dos Chefes da Cosa Nostra, Michele Navarra. Riina cometeu o seu primeiro assassinato em 1949, e foi condenado a seis anos de prisão.

Depois que deixou a prisão, ele voltou a praticar crimes em Corleone sob o comando de Leggio, que regia o contrabando de cigarros, roubos e extorsões. Em 1958, Riina e seus comparsas assassinaram Navarra enquanto ele dirigia, provocando o início de uma guerra entre mafiosos que durou até 1963 e resultou na morte de 140 gângsteres.

O governo, é claro, tentou reagir à violência, mas todos os envolvidos foram absolvidos em seus julgamentos – este aliás é um cenário frequente e bem comum em países dominados pela máfia.

Depois do conflito, ele se tornou número 2 da máfia, sob o comando de Leggio e com o Bernardo Provenzano como seu conselheiro. Quando Leggio em 1974, Riina começou a comandar a Cosa Nostra em um triunvirato com Gaetano Badalamenti, de Cinisi, e Stefano Bontade, de Palermo.

Uma nova guerra entre mafiosos no começo dos anos 1980 acabou com a morte de Badalamenti e Bontade e, então, deu espaço para que Riina renascesse como o Chefe dos Chefes, e seu poder era tanto que diziam que ele tinha ligações com o ex-primeiro ministro Giulio Andreotti.

Porém ele ordenou as explosões que mataram os juízes anti-máfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino em 1992, e este foi um de seus maiores erros, porque esses ataques o tornaram extremamente visado. Ele então foi preso em 1993, depois de passar 23 anos escondido, condenado à prisão perpétua e está na prisão até hoje – ainda bem, porque ele é um dos caras mais cruéis e perigosos da máfia, e não é à toa que seu apelido era A Besta.

Al Capone

5 mafiosos mais famosos da história

É claro que não poderíamos deixar o Al Capone fora desta lista.

Um dos mafiosos mais famosos, e também um dos mais retratados no cinema e na TV,  nasceu no dia 7 de janeiro de 1899, em Nova York, e entrou para a vida do crime ainda criança, participando de duas gangues juvenis antes de completar 14 anos.

Já mais velho, ele entrou para a famosa organização mafiosa Five Points de Manhattan – que já citamos neste artigo algumas vezes. Nesse período, ele recebeu o seu apelido de “Scarface” depois de participar de uma briga de bar e sofrer ferimentos graves no rosto. Ainda em Nova York, ele foi preso e cometeu seus dois primeiros assassinatos antes de ser enviado para Chicago em 1919.

Em Chicago, ele cresceu na hierarquia da máfia e em 1922 já era o número 2 da região, sob o comando de Johnny Torrio. Em 1925, quando Torrio foi seriamente ferido em uma disputa de gangues, Capone, com apenas 26 anos de idade, assumiu o controle da Chicago Outfit.

Al Capone sempre foi conhecido por ser extremamente inteligente e violento, e entre 1925 e 1930 ele aprimorou os negócios da máfia de Chicago. O cara foi responsável por inserir na máfia apostas ilegais, casas noturnas, cassinos, cavalos e corridas de cavalos e bebidas alcóolicas – durante o período da Lei Seca nos Estados Unidos – elevando os ganhos da organização para cerca de US$ 100 milhões ao ano.

Seus assassinatos mais famosos aconteceram em 1929, quando ele ordenou o famoso Massacre do Dia de São Valentim e fuzilou por tabela sete integrantes de uma gangue rival com mais de 150 tiros em uma garagem de Chicago. Usando o álibi de que estava no Estado da Flórida, ele conseguiu escapar de todas as acusações.

Apesar da sua fama, Al Capone só foi julgado quando as autoridades conseguiram indiciá-lo por sonegação de impostos. Pois é.

Ele ainda tentou subornar o júri e o juiz, mas mesmo assim foi condenado a 11 anos de prisão e teve que pagar multas pesadas. Al Capone deixou a prisão em 1939 e viveu afastado até morrer em 1947.

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Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.