Porque os jogos das antigas formaram caráter (e os de hoje formam bundões)

Não se fazem mais jogos como antigamente. Não é saudosismo, nem nostalgia. É um fato. Desde o lançamento do Pong, em 1972 (o famoso telejogo por aqui) os games passam por um processo de evolução constante. Hoje, os jogos de videogame são uma das indústrias que mais fazem dinheiro no mundo (dando um pau na música […]

Porque os jogos das antigas formaram caráter

Não se fazem mais jogos como antigamente. Não é saudosismo, nem nostalgia. É um fato. Desde o lançamento do Pong, em 1972 (o famoso telejogo por aqui) os games passam por um processo de evolução constante. Hoje, os jogos de videogame são uma das indústrias que mais fazem dinheiro no mundo (dando um pau na música e no cinema), mas com essa grande fatia de mercado que eles alcançaram, perdeu-se muito em desafio e valor agregado.

Não que eu não curta passar horas jogando Skyrim ou não pire nos gráficos de Sleeping Dogs. Com hardwares mais poderosos, ganhamos em gráficos mais bonitos e em espaço para boas e longas histórias. Mas existia um desafio inerente aos jogos do Mega Drive, Super Nes, Atari e outros, que pouco se encontra equivalentes hoje em dia.

Pensando nisso, levantei alguns motivos pelos quais os games das antigas eram mais que joguinhos: contribuíram na formação de caráter de seus jogadores, e os dessa geração estão formando bundões criados a leite com pera.

Crédito: Reprodução

Começo minha defesa com este vídeo que explicar o porquê o começo do jogo do Megaman X é perfeito. Pega qualquer jogo de hoje em dia, tipo Moderno Warfare 2 ou um RPG como Final Fantasy XIII, eles passam uma boa quantia de tempo te  ensinando como jogar o jogo. Antigamente, sua inteligência era um pouco mais respeitada cabendo a você entender toda a mecânica do jogo sozinho. Sabe o que é assim também? A vida.

Quando você tiver um problema ou estiver em uma situação difícil, terá que se virar sozinho. Dificilmente alguém estará do seu lado te ensinando como falar com as pessoas, como lidar com uma situação difícil ou te dizendo: “Aperte B para pular”. É só aprendendo sozinho e quebrando a cara que você saberá lidar com adversidades.

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Antes o número de jogos que chegavam por mês nas lojas eram muito menores do que hoje. Some isso com a pirataria, a vasta quantidade de jogos para download baratos (mais os ilegais) e é possível ter uma biblioteca de jogos quase infinita. Jogos infinitos, mas você não terminou quase nenhum. Pouca atenção é dada as coisas.

Antes não, você tinha que escolher um jogo só e continuar jogando ele por um bom tempo. Pior para aqueles que faziam aniversário perto do dia das crianças ou natal. Pior ainda se você escolhia um jogo errado (como Superman 64). Broder, a maioria das decisões é sem volta. Se você resolver fazer uma faculdade de medicina, dificilmente vai conseguir trabalhar como engenheiro. Faça a escolha certa porque você terá que lidar com as consequências dela por um bom tempo.

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“Simplicidade é uma religião”. Foi assim que Steve Jobs construiu o império da Apple. Olhe para um iPhone ou iPod. Básico e simples, com o mínimo de botões possível, assim como Super Mario World. Nos primeiros 10 minutos de jogo você já é apresentado a basicamente tudo que precisava saber para jogar o jogo. Para frente, corre, pula, quebra a caixa, itens, Yoshi.

Se você está com algum problema e precisa elaborar uma mega solução complicada para resolve-lo, talvez este não seja o caminho ideal. Intuição e simplicidade são os melhores jeitos de se resolver problemas em qualquer projeto. Hoje, os controles tem cerca de 14 botões, cada um com um comando diferente, mas no final das contas, você vai acabar usando os mesmo três quatro para zerar um jogo. “Keep it simple”.

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Essa é uma lição que os caras do MRG sempre repetem no podcast deles, mas é algo inerente aos jogos Old School. Não havia save para te ajudar. Você precisava sentar, decorar as fases e melhorar seu tempo de resposta. Lembra de Castle of Illusion ou Sonic 2, cujos continues acabavam rapidamente? Você tinha que ser melhor.

Aprender, associar, agir mais rápido. Não existe lição melhor para levar para vida do que é essa. Você quer algo mas não consegue? Seja melhor.  Hoje jogos como Call of Duty, God of War, entre outros, te ressuscitam a cada checkpoint, tirando boa parte da magia de se superar a cada fase. Só aqueles que batalham arduamente sabem o tesão que é colecionar as sete esmeraldas do Caos e ver o Sonic voando ao lado do avião do Tails no final do jogo.

Acho que o vídeo abaixo resume um pouco minha visão sobre os jogos. 

E você? Lembra de alguma grande lição que tenha aprendido com um jogo de antigamente?

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Edson Castro
Edson Castro

Jornalista, ilustrador, apaixonado pela vida e por viver aventuras. Coleciona HQs, tênis e boas histórias para contar.

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