Crise no pornô

Vendo meu  feed de vídeos do Youtube dei de cara um título da TV folha que me chamou atenção: Crise no pornô leva atrizes a fazerem jornada dupla como prostituta. No começo eu até achei graça, pensando quanto tempo eu ia precisar trabalhar para juntar dinheiro para um programa com a Vivi Fernandes, mas ai […]

Vendo meu  feed de vídeos do Youtube dei de cara um título da TV folha que me chamou atenção: Crise no pornô leva atrizes a fazerem jornada dupla como prostituta. No começo eu até achei graça, pensando quanto tempo eu ia precisar trabalhar para juntar dinheiro para um programa com a Vivi Fernandes, mas ai vi o vídeo. E percebi que o buraco é muito mais embaixo.

Eu escrevi em um post para um antigo blog, sobre como a indústria da pornografia já foi tão importante, que firmou O VHS e o DVD como formatos vigentes em suas épocas. Os filmes pornô já foram gigantes do audiovisual, com convenções e uma estrutura invejável.  Hoje, tal qual a indústria do cinema e a da música, o pornô luta para sobreviver com a internet, torrents, xvideos, redtubes e afins. Clica ai para ler mais.

A industria até que tentou até correr atrás: a Vivid tem lançado filmes que parodiam filmes de super herói e tem feito certo sucesso, mas outras apostam, sem muito sucesso, em filmes em 3D ou com realidade aumentada. Mas o problema não está no formato e sim no que quer o usuário.  Qualquer um que tenha acessado um dos sites que eu citei sabe que os videos são direto ao ponto: bota, tira, bota, tira, goza na cara. O mise-en-scène morreu!

Foto meramente ilustrativa

Os usuários não tem mais tempo para (ou não querem mais) assistir aquelas histórias toscas, porém divertidíssimas, que sempre envolviam profissões como entregador de pizza, encanador, mecânico, entre outras

E não sou eu que estou falando. Augusto Gaeta, sócio do grupo de filmes eróticos Infinity, disse em entrevista: “Antigamente, as pessoas alugavam um filme pornô e apertavam o forward até chegar à parte que interessava. O que fazemos agora é vender apenas essa parte”.

Aonde foram parar os fantásticos filmes de detetive com sexo que passava na Band? O que aconteceu com as aventuras de Emanuelle (até mesmo aquelas do espaço, que eram bizarras)? Como viver em um mundo sem nossas musas dos filmes eróticos como Sylvia Saint, Julia Paes, Marcia Imperator, Carmen Electra (falha minha), Vivi Fernandes, entra tantas outras que já foram tão “homenageadas” pelos jovens da minha geração? Vou ali comprar um DVD da Brasileirinhas e ver se consigo salvar a indústria.

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Edson Castro
Edson Castro

Jornalista, ilustrador, apaixonado pela vida e por viver aventuras. Coleciona HQs, tênis e boas histórias para contar.

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