Não consigo pagar o cartão de crédito! E agora?

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio apontou que 59,6% da população brasileira está endividada.

Não consigo pagar o cartão de crédito! E agora?

Pagou a rodada de todo mundo ontem? Comprou aquele gadget de última geração? Levou a gata para jantar no bistrô mais caro do bairro? Nem pensou na conta, não é? Sem problemas, isso acontece!

Porém, já que gastou o que não tinha, ao menos corrija a situação antes que chegue ao ponto de pensar em vender seu corpo (que vai custar bem caro para dar uma melhorada) para pagar as contas.

Em março 2014, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) apontou que 59,6% da população brasileira está endividada.

Dentro desta parcela temos 17,9% com dívidas ou contas em atraso e 6,2% que não terão condições de pagar nem um centavo do que deve. O mais assustador nessa pesquisa é: 73,4% do endividamento é relacionado aos cartões de crédito (dá uma espiada na pesquisa).

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É fato que o cartão de crédito tem suas vantagens, como o adiamento do pagamento, o parcelamento, acumulo de pontos e milhas, descontos, etc. Porém, se não for bem controlado por você, logo mais essa porcentagem de endividados contará com sua ilustre presença.

O primeiro passo para evitar o descontrole do cartão de crédito é saber o quanto você pode gastar. Sei que fazer isso dá trabalho, é chato e o resultado nem sempre é uma alegria. Mas se você quer ser faca na caveira com algo na carteira, terá que fazer!

Uma dica legal para fazer esse controle com mais facilidade é utilizar aplicativos de smartphone, como o “Money Care” e o “GuiaBolso” (mas isso fica para outro post).

Agora que você sabe o quanto poderá gastar, limite-se em digitar o pin do seu cartão até o limite de valor que poderá pagar por mês (incluindo despesas à vista e parceladas). Atente-se sempre para as compras parceladas, verificando se a compra é com juros ou sem juros (nem preciso falar que você deve optar pelo sem juros!).

Estourei meu orçamento, o que faz?

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Não vou me enganar e achar que você somente vai gastar até o limite do seu orçamento e, muito menos, vou acreditar que você buscará saber o quanto você pode gastar. Então, se você se enquadra nesses dois casos, com certeza gastará além da conta e não saberá como pagar a fatura. Nesse caso, por favor, ou melhor, pelo amor de Deus:

a) 1x NÃO PARCELE O SEU CARTÃO!!!
b) 2x NÃO PAGUE O MÍNIMO DO SEU CARTÃO!!!
c) 3x NÃO DEIXE DE PAGAR O SEU CARTÃO!!!

Você deve estar se perguntando: não posso usar o cheque especial para pagar? ESQUEÇA, é igual dever para o cartão de crédito. E instituições de crédito e financiamento? Nem pensar!

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A melhor forma de pagar a dívida que você não tem dinheiro para quitar é primeiro, buscar o auxílio de um parente. Sim, é isso mesmo que eu falei! Fale com seu pai, sua mãe, irmão (mais novo), sua avó, etc.

É uma opção sem juros (ou mínimo), mas que você DEVERÁ pagar o quanto antes. Muitos consultores financeiros abominam essa prática, pois dizem que o devedor não criará responsabilidade financeira. Vamos ser justos, se não podemos contar com nossa família primeiro, o que será de nós?

A segunda opção é fazer um empréstimo pessoal junto ao seu banco. Se o seu trabalho permite o empréstimo consignado (aquele que é descontado diretamente do seu salário no dia de recebimento), essa é a melhor opção, pois os juros são baixíssimos, já que o banco não corre mínimos riscos em não receber. 

Mas lembre-se, nesse caso, se você sair da empresa, seja por qualquer motivo, o valor será descontado da sua rescisão, portanto, atente-se para esse fator.

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Outro tipo de empréstimo é o tradicional que os bancos oferecem até mesmo pela internet, porém, você nunca contratará um desses pelo seu bankline porque os juros são mais altos.

Nesse caso, ligue para a sua gerente e negocie uma taxa de juros baixa antes de contratar, além de verificar o quanto pagará em outros bancos que você possui conta corrente.

Segue algumas dicas sobre empréstimos:

1 – Se sua dívida poderá ser paga rapidamente, opte pelo menor número de parcelas, assim o juros será mais baixo. Por outro lado, se até mesmo a parcela da dívida pesará no seu próximo mês, opte pelo longo prazo (não tão longo!) e aproveite para acrescentar ao valor do empréstimo um valor de até 20% a mais para dar um fôlego na sua vida financeira.

2- Caso a parcela do seu empréstimo é igual ou maior que 30% do seu salário, o banco não pode apropriar-se do valor automaticamente, utilizando-se de seu cheque especial para pagar a parcela. Caso isso ocorra, converse com seu banco para renegociar a dívida e, caso não haja acordo, procure um advogado.

Concluindo, procure evitar ao máximo dívidas no cartão de crédito, mas caso elas existam, siga esses passos para evitar o seu holocausto financeiro, pois tenha certeza, o seu banco, hoje amigo, se tornará o seu pior pesadelo!

Texto escrito por Leandro Vusberg, um animal corporativo que não sai dos bancos de faculdade desde 2003, mas teve tempo para viajar, casar com uma turca ao som de Depeche Mode, arriscar de dj, mergulhador, bebedor, esportista… Nossa, dá até preguiça! Gosta de falar sobre o mundo corporativo, finanças e direito, aliás, fala de tudo, até demais.

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Colaboradores MHM
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