Mulher Solteira Procura: Paixões

Eu gosto de me apaixonar. Pode ser no metrô, numa festa ou até na fila da padaria

Mulher Solteira Procura: Paixões

Eu gosto de me apaixonar. Pode ser no metrô, numa festa ou até na fila da padaria. Acho que rejuvenesce ter a sensação de pensar na pessoa, admirar meio que secretamente, lembrar daquele encontro incrível e imaginar o próximo encontro.

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Mas tenho a impressão de que, hoje em dia, as pessoas (homens e mulheres num geral, veja bem), têm medo de que os outros se apaixonem por elas.

Recentemente, um “moço de aplicativo” veio me pedir desculpas por se apaixonar por outra pessoa, com medo de que eu estivesse levando nosso rolo muito mais a sério que ele (juro, isso aconteceu mesmo!).

Querido, mesmo que eu tivesse me apaixonado, você não tem que me pedir desculpas. Ninguém controla o coração – seja para gostar ou não gostar de alguém.

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Atualmente, todo o processo de se apaixonar parece ter se tornado algo extremamente superficial e instantâneo: uma hora você ama loucamente, na outra já passou. Tipo soluço ou a dor de bater o dedinho na quina da mesa.

Já dizia Vinicius de Morais que “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Só que, querendo ou não, o caminho também faz o destino valer a pena!

Então, mesmo que eu me machuque, não seja correspondida, ou sei lá o quê, ainda prefiro a paixão à ausência de sentimentos. Posso não conseguir controlar por quem me apaixono, mas a culpa não é de ninguém além de mim.

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Daí vejo muita gente colocando o freio em situações que não deveriam ser “censuradas” por receio, porque acham (nada de certezas, vale ressaltar) que a outra pessoa está se envolvendo demais. Preciso avisar vocês: todo relacionamento é desigual, sempre uma das partes gosta mais da outra.

Por isso, minha futura paixão, eu te peço: não se preocupe demais se eu vou me apaixonar por você ou não. Pode deixar disso eu cuido quando precisar – seja porque eu me encantei perdidamente pelo seu charme, mas a recíproca não foi verdadeira, ou porque foi.

Então se deixe ser minha paixão à primeira vista. Mesmo que você seja um rolo de Tinder que eu nunca mais encontre, vamos aproveitar enquanto dá.

A vida é uma só, e apesar de ser um clichê, acredito que nossas memórias e nossa sabedoria são construídas em todos esses pequenos momentos.

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Já que estou sentimental, vou citar um trecho de uma música do Lulu Santos: “o que eu ganho, o que eu perco, ninguém precisa saber”. Pronto. Nem precisa dizer mais, né?

Somos todos adultos, vacinados e responsáveis. Fique tranquilo: eu sei me cuidar, e mesmo que demore um pouco pra me recuperar, não vou morrer de desilusão amorosa (aliás, a Medicina não tem registro nenhum de coração partido como causa da morte, ok?!).

O que não pode é deixar de fazer com medo do que talvez possa acontecer. Se é pra fazer, que seja direito, e se é pra sentir, que seja por inteiro. Para quando você olhar pra trás, não se arrepender do que poderia ter sido.

Texto escrito por Clarissa Viana, jornalista e ácida. Namorou por vários anos e pensou que teria uma família de comercial de margarina. Não deu certo, e agora procura simplesmente um cobertor de orelha fixo (rótulos adicionais a serem debatidos).

Clarissa Viana
Clarissa Viana

Jornalista, ácida e observadora de relacionamentos. Sem paciência pra mimimi ou blablablá.

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