Conheça o museu dedicado ao fim dos relacionamentos

Durante um relacionamento trocamos diversos presentes com significados incríveis. Um ursinho de pelúcia, um quadro e até mesmo um anel, guardam parte do sentimento presente naquela relação. Mas o que acontece quando o nosso tempo com aquela pessoa termina?

Um museu em Zagreb, capital da Croácia, faz uma homenagem a todos os relacionamentos que terminaram. Batizado de O Museu do Fim dos Relacionamentos (ou Museum of Broken Relationships), o espaço mostra quão efêmera podem ser as nossas relações amorosas.

Os itens expostos nos corredores do estabelecimento são os mais diversos e foram doados por pessoas de diferentes lugares do mundo. Alguns são simples como um cinto ou ursinho de pelúcia, outros um pouco mais tocantes como jóias ou uma coleira de cachorro com um pingente em formato de coração

Entre alguns dos objetos expostos mais inusitados estão um machado que um cara usou para quebrar os móveis da ex namorada que o traiu, um retrovisor arrancado com uma chave de roda em um ataque de raiva ou o gnomo de jardim que foi jogado contra um vidro da casa quando um marido ia embora com raiva da casa da ex.

Se liga nesse depoimento que foda:

“Ela foi a primeira mulher que eu deixei se mudar para minha casa. Todos meus amigos diziam que eu deveria deixar as pessoas se aproximarem mais de mim.

Alguns meses depois da mudança, eu recebi um convite para viajar a trabalho para os Estados Unidos por algumas semanas. Ela disse que não conseguiria passar três semanas longe de mim.

Quando eu voltei de viagem ela disse que tinha se apaixonado por outra pessoa. “Eu conheci essa garota a apenas a quatro dias, mas sei que ela pode me dar tudo que você não pode.”

Eu fui bobo e perguntei o que seria da nossa vida juntos. Ela não deu nenhuma resposta e saiu da nossa casa para passar umas férias com a nova namorada.

Sem saber o que fazer com minha raiva, comprei um machado para poder extravasar. Nos 14 dias em que ela esteve fora, eu destruí um móvel dela por dia. Eu deixava todos os pedaços espalhados para lembrar do meu estado interior. Quanto mais pedaços de madeira enchiam a sala, mas eu me sentia bem.

Duas semanas depois ela voltou para pegar os móveis. Estavam todos os pedaços ajeitados e empilhados em um canto da sala. Ela jogou todo o lixo fora e foi embora. O machado foi promovido para o melhor instrumento de terapia da minha vida.”

“Ao olhar alguns dos objetos você sente um misto de culpa, nostalgia, raiva e afeição. Aquele misto de sentimentos que temos ao contemplar certas lembranças de relacionamentos antigos”, relatou o jornalista do The Guardian, Andrew Mueller, após visitar o local.

Cada uma das lembranças traz uma frase de seu doador e o motivo pelo qual o relacionamento terminou. Vão desde separações, términos de namoro, até falecimentos.

O projeto foi criado pelo designer Drazen Grubisic e pele cineasta Olinka Vistica. A ideia do local veio quando os dois terminaram seu relacionamento e estavam dividindo suas coisas.

“É fácil decidir quem vai ficar com uma televisão ou home-theater, mas e esses pequenos objetos da relação? Como você protege os sentimentos que eles guardam do esquecimento?”, contaram os criadores em entrevista.

Além da sua exposição fixa, o museu faz diversas mostras temporárias ao redor do mundo, tendo passado por cidades como Los Angeles, Paris, Londres, entre muitas outras.

Confesso que achei a ideia muito boa. É uma maneira madura, criativa e respeitosa de mostrar as diferentes formas de como lidamos com nossos sentimentos.

É fácil falar “ex bom é ex morto”, mas maturidade mesmo é olhar para trás e entender que aquele período – por pior que tenha sido – faz parte de você, te marcou de alguma forma e moldou o jeito que você é hoje. Espero que parte da exposição dê um pulo no Brasil. Vou querer fazer minha colaboração.